...
a escuridão da noite colou-se às paredes em volta
as paredes tombaram sobre mim, esmagando o corpo, despedaçando a alma
fiquei presa no escuro, escombro de mim mesma, gemendo de frio e dor, até amanhecer
os primeiros raios de sol esquivaram-se pelas frestas abertas
já o sangue deixou de fluir e fez-se ferida sarada
flores brotaram das paredes cinzentas
bastaram duas lágrimas de chuva
a sua majestade destruiu o que restava das paredes bolorentas
fizeram-se pó, as paredes
e eu
a mim levou-me o vento
as flores
fizeram-se margaridas, papoilas e girassóis
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