sexta-feira, 26 de abril de 2013

(des)enlace

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Sopras
apagando a vela
e viras o corpo para o outro lado

Bailas no ar
de cheiro a cera queimada

Olhas-me
                                        e não me vês

na cega embriaguez de um fogo fátuo

Fazes-me cinza
nas labaredas da chama de fénix que foste

                                             e já não és

Adormeces
na ausência, na ausência de cor e luz

na mudez do suor libertado pela luta dos corpos


                                             e já não soas

aos sonhos de outro lugar
daquele lugar onde sempre nos desencontrámos

Só nos restam os lençóis rasgados
e o odor esquecido a sexo e a pavio

                                             e já não somos

o tal amor que não se fez e nunca aconteceu

Neste caminho que não é teu

Nem meu

...

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