domingo, 5 de janeiro de 2014

o bloqueio

...

As últimas palavras foram cuspidas, sem sentido

Apagaram-se as luzes, conforme o guião.

As palmas ecoaram na sala, os aplausos fizeram-se de pé.

Sem saber qual a deixa final, o poeta ficou sentado, atropelado pelos que saíam.

Fazem-lhe sinal para sair.

- Não ouvi a última deixa...
- Amigo, não interessa. saia da sala
- Só se me disser qual foi a última deixa.
- Não me empate! Olhe que chamo a segurança.

Abandonou a sala, vazio de um final.

De longe gritaram-lhe: - Cuidado, está a resvalar para a poesia!

- Eu?

- Não, a deixa, a última deixa.

...

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