Esperei por este dia, sentada no último degrau da escadaria de mármore rosa. Vi passarem os dias e as estações. Passou o tempo e tudo passou. Eu fiquei. Fiquei. Eu e a vida. Eu e o mundo todo. Quando me levantei, já não me lembrava o corpo, nem os movimentos possíveis. Imaginei cordas e inventei-me marioneta. Torpe, desengonçada, sem fala. Só o coração manteve o seu ritmo, ancestral, tribal. Para lá do meu corpo, silêncio. Foi muda que imaginei pássaros e cantei. Dançando, libertei-me das amarras e voei. Passei pelos dias e pelas estações, passei pelo tempo e tudo passou em mim.
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