quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
A solidão tem muitas caras. Já conheci algumas e a que mais me marcou foi a solidão na dor. Imagino que seja a forma de solidão mais perto da morte.
Lutar contra essa forma de solidão é uma batalha dificil de travar. Trava-la sem recrutar os que nos amam... mais dificil ainda.
Meu amigo, fazes parte de quem sou, eu farei parte da tua dor e estarei ao teu lado para vencer essa solidão.
As tuas próprias palavras são o teu mais grandioso tributo.
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Decadência de JO
Decadência
É essa a terra prometida?
Uma pira de Deuses
Aguarda-nos
Quais cicerones fantasmas
De uma cidade perdida.
Cataléptico
Imutável
Subjugado
Apenas esperando;
Todos os Deuses morreram
Fica apenas sozinho.
O segredo está longe
A vitória, não sei
Existe?
Nos olhos, as vezes, dança alegre
Sobre a lava
Uma réstia de vontade
Depois, volta a sombra da decadência
E a distância.
Toda a existência não passa do reflexo
De um momento.
8-9-09
Vítor Cohen Tourais
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O Corte
O corte cirúrgico, cúmplice,
Expôs a veia que transporta
O sangue, que corre
No sentido contrário à vida.
Na esteira do infortúnio
As entranhas do luto
Pela mão perdida do tempo,
Faz presença do ciclo da morte
Na boca do abismo solitário
Nutrido pelo amargo da alma.
Sob a fenda da poesia
Desenho a vida.
Debaixo de uma fresta saturniana,
Uma estonteante ditadura de letras
Um suplício oxigenante
De actividade poética
Literária,
Marca os desígnios do destino.
10-9-09
Vítor Cohen Tourais
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Observo
Observo
Espero,
Na sombra da vida
Espero o comboio
As suas luzes sequenciais,
Ritmadas
Descompassadas.
Observo
Espero,
Na sombra do tempo
Intrínseco,
Sem dormir até encontrar a resposta
Às vezes fico tão desligado
Que sou caçado
Até à solidão.
Observo
Espero,
Na obscuridade do sonho
Dum pedaço de sonho,
Nas sombras,
Nos raios de energia cósmica,
Prefiro morrer a transformar-me.
Toca-me
Sente-me
Mata-me
Olha-me
Hoje não é mais que o amanhã de ontem
Nas trevas.
8-9-09
Vítor Cohen Tourais
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Por detrás da Cortina
Por detrás da cortina
Não há sorrisos
Apenas destino.
Leva-nos numa estranha viagem
Sem rumo fixo nem sentido.
O Sanctum da alma
Transporta fluidos etéreos
Transforma o irreal
Glorifica a cor
Realiza a visão.
O líquido da vida
Revolta-se na serpentina do mago
E o recém-nascido abençoa a criança
Abre os braços em cruz e o coração
Ilumina o palco.
Palco dos livres
Palco dos loucos
Palco dos que pairam
Sobre a vida, nocturna
No sonho que se apaga
Com o fecho da cortina.
9-9-09
Vítor Cohen Tourais
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Um Mundo de Sombras
Um mundo de sombras
Dos ciclos decifrados
Que perecem em nada
Na possibilidade de no fim
Estar o começo (depois da morte)
Mergulhar nas profundezas
Da alma humana
Apreciar os estádios mórbidos
Da mente
E os recônditos esconderijos do subconsciente
Retalhados de terror e racionalidade,
Que envolve a contemplação
Próxima da morte;
Sentimento de destruição
Sentimentos caóticos, dor,
Imensidão do vazio
Conteúdos que abraçamos
Numa forte carga emocional,
Perturbadora, alucinante
Conteúdo ilusório e complexo.
Deixa a porta aberta
Alcança o meu mundo fantástico
Circundante do visionário
Une o isolamento no quarto escuro,
Intrépido acto de vaguear no peito aberto
Frequentado
(Corrosão do jardim mórbido)
Pela consciência que espera
A projecção do abismo que monograma a alma.
10-9-09
Vítor Cohen Tourais
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