terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Taquicardias
O dia despede-se no ruído frenético invadindo as avenidas, sirenes reclamam prioridade. Pressa, pressa para ir para outro sitio.
Mergulho na cidade, mergulho na pressa.
Pressa de apanhar o futuro, pressa de apanhar aquele som que me inquieta.
É o coração, uma taquicardia alucinante. Os meus passos seguem ao mesmo ritmo do coração, atropelam-se como o sangue que me percorre as veias e se engana no caminho, pulsando como um animal enjaulado.
O ar frio nos pulmões, o peito rebenta de dor.
O ritmo aumenta, atraído agora por outro idêntico, ensurdecedor. Com pressa, pressa de viver já o futuro.
A cidade engole o ruído dos motores, os corpos encontram-se. O som daqueles dois corações sufoca o mundo inteiro. Batem a uma voz.
O sol escondeu-se e as cores refugiam-se no teu olhar. São os corpos que se bebem.
As àrvores apropriam-se do teu odor. As aves procuram abrigo e adoptam a tua voz. Neste teu abraço o tudo é nada e o presente cumpre-se.
Com as marcas do melhor amor que fiz, sou o rio que bebe as tua lágrimas.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário