quarta-feira, 25 de agosto de 2010

... ... Esta noite ninguém está a salvo. Revelam-se os solitários, donos desta cidade de cartão. As ruas cheiram a urina, a vinho e vómito. Tropeças em lixo remexido e esquecido. Vem a água que tudo limpa, varre o cheiro, desfaz as camas nos recantos dos ministérios. Do cartão com que se faz esta cidade, ficam as gentes ... vestidas de trapos, ...sombras do tempo Apressa o passo, liberta - te! Manda-me calar! Não pares de correr! Não se sabe a intenção das sombras que te lambem o rosto. Libertaram-se os teus piores fantasmas, só para te verem tremer e gemer e correr como louca pela calçada. Não olhes para trás, não verás mais que o teu próprio rosto: assustado. Isso que te sai pela garganta... é um grito? ... a própria alma? ... um fado? ... uma desgarrada? É Lisboa, parida numa noite de lua cheia. ... ...

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