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Já não sonho. Sonho que sonho... e não durmo.
Apagaram-se as luzes, só a solidão e eu, no escuro.
Não sei se arranque este punhal que me atravessa o corpo,
se me deixe assim... esperando o derradeiro sopro.
Já não sonho. Sonho que sonho... e não durmo.
Abandonaram-me as forças, o sangue e a vida.
Deixo-me arrastar pelas ondas na força da maré... vazia
Vazia a maré e o corpo levado para o fim do mundo
Já não sonho nem sonho que sonho, apenas durmo.
Passa a vida por mim, cavalos marinhos e algas coloridas
Nem oiço ao longe as vozes na praia, os risos dos vivos .
Apenas eu e o mar, apenas eu e a maré, apenas eu... sem vida...
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