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sobes o fecho do meu vestido, num gesto seco e sem passado. Ias embora, mas voltas e olhas mais uma vez a minha imagem no espelho, vestida por ti.
seguras-me os ombros, o teu silêncio impede-me de partir.
os teus olhos nunca olharam os meus, apenas a sua imagem reflectida no espelho, como agora, vestida por ti.
arranco o fecho do vestido e rasgando-o, faço-o em trapos. Fica o espelho, vazio, despido de mim, vazio de ti.
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