sábado, 26 de janeiro de 2013

karma

...

Acordaste em mim

num Inverno que se fez quente

trocamos silêncios
infligimos (o)dores

não ouso dizer o quanto te desejei
não ouso pensar o quanto te amei

fiz de ti a minha pele
rasguei-nos em mil pedaços

amanheci-me nua e fria
de alma despida

não ouso contar quantas lágrimas chorei
não ouso contar quantas vezes gritei

morri e nasci vezes sem conta

inventei-me gaivota
voei embalada no vento
evitei as escarpas

fui abismo

fingi-me liberdade
no meu jeito de não te desaparecer

Acordaste fora de mim

nos Invernos que sobram e  já não fazes quentes

não sei o que trocas
não sei os teus silêncios

fiz de ti o meu (o)dor
no meu jeito de não querer e esquecer



fiz-me nó,
na urgência de teSer

...





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