quinta-feira, 21 de março de 2013

a ave

...

lívida, a mulher
não vive
respira
e não ama

foge-lhe o sangue
da ferida aberta

paira, a Ave
sedenta
voa em círculos
alimenta-se de silêncio

rasga o peito
a mulher
oferece-se assim
inteira
na ânsia de acabar
o tormento

sacia-se a Ave
grasnando ao vento:

Foi mais uma que cedeu!

e não morreu

...







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