domingo, 6 de maio de 2012

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O convite estava na minha mão. Olhei-o, virei-o, revirei-o. Não estava assinado. Era um convite para uma festa. Ao chegar, fui observando os convidados. Desconhecidos. A poucos teria desejado um Bom - Dia noutros tempos, mas nem resposta obtive. Não repeti a proeza. Limitei-me a estar. Circulei por entre os desconhecidos, guiada por um copo que me levava pela mão e abria caminho por entre as sedas, os perfumes e as cabeleiras. A um toque, a um desvio, escapava-me um sorriso. Por vezes era imitada, como um símio bem educado, outras vezes nem isso. E a festa era enorme, nunca mais chegava ao fim do salão, onde acreditava encontraria uma saída para aquela solidão cínica. Descomposta pelos encontrões, toldada pelo álcool que teimava em não desaparecer do copo, finalmente encontrei uma cortina, vedada por um "gorila" de preto, t-shirt tamanho S em tronco tamanho XL. Olhei-o, queria passar, queria sair dali. Em silêncio acena que não. Irritada perguntei porque não, não fazia sentido estar naquela festa sozinha, onde não conhecia ninguém, onde ninguém parecia ver-me. Mudou o seu semblante de primata de vigia, abriu os braços num sorriso e ouvi a voz que terá roubado de véspera num qualquer bar de New York: "That's Life!".

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http://youtu.be/KIiUqfxFttM

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