domingo, 3 de julho de 2011

sem som

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Acabei por enlouquecer. Ao meu lado vi o espelho derreter, tornou-se mercúrio de termómetro partido que o meu corpo já não aquece. Tentei apenas tocar-lhe, a medo e ao de leve. Absorveu-me, sôfrego. Tornei-me liquida, amorfa nos limites de mim mesma. Reflexo da minha própria imagem ausente. Juraria que  o telefone tocou, nas minhas mãos tornou-se escuro e mudo. Sei que tocou, tenho a certeza de o ter ouvido... só uma voz me conseguiria tirar do sonho onde me deixei encurralar. Porém, não foi nada, nem ninguém. Apenas mais um acordar febril.

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