quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SO





Aperto o ventre contra a vedação precária. No fundo só o mar, as rochas lambuzadas pelo sal, sobras de maré. Ali arranco do peito em ferida as memórias e sou criança. Brinco nas traves do recreio da escola, entre cambalhotas e piruetas, olhando um mundo que desejava ao contrário. 
Na vertigem da queda segreda-me o vento em voz de poeta: aqui é onde pertences e a tua alma tropeça, onde " a terra se acaba e o mar começa"!

domingo, 20 de novembro de 2011

sem pé

...

qual o som das lágrimas reprimidas

serão elas ou eu impacientes em direcção ao mar

desenhos de  rios e afluentes nesta viagem em vão

onde não sei se me deixe embarcar ou apenas
AFOGAR

...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

fantasma de mim

Passeiam fantasmas
só se vêm a si mesmos, não sabem da existência... nem de uns como eles, nem de outros diferentes deles.

São só fantasmas
passam indiferentes, fazendo de conta um destino, uma razão para o caminho absurdo

Passeiam fantasmas
tropeçando nos vivos, bebendo as suas aspirações e pensamentos mais reles

Mas são só fantasmas
e resisto ao seu apelo, a tornar-me um deles

Fantasma no meu mundo