domingo, 13 de dezembro de 2009

"... no one puts flowers On a flower's grave" Tom Waits + Kathleen Brennan

Quando dá à luz, a mãe golfinho leva a cria à superficie, para que respire. Nesse momento mágico, a mãe acaba de parir a cria para a vida, espera a alegria da vida. No entanto esta cria deu inicio a uma queda desamparada e indefesa para o fundo do mar... inanimada... inerte, nada mais que pequeno corpo. A mãe foi buscá-la ao fundo do mar, levando - a de novo à superficie... de mansinho largou-a, esperando o milagre. Não aconteceu. Não desistiu.Continuou longas horas na tarefa que lhe fora destinada, sem sucesso. Reuniram-se biólogos, etologos e demais cientistas para estudar o fenónemo, a mãe teria que parar, teria que se alimentar, continuar com a sua própria vida. O animal estava em perigo. Os poetas acharam que não... o perigo estava em retirar-lhe essa tarefa. Sabiam que não existem técnicas nem palavras mágicas que façam curar a dor da perda. De cada vez que aquele corpo sem vida era levado em busca da vida, a esperança renascia. De cada vez que procuro o sopro da vida naqueles que perdi renasce a sua memória e de tanto procurar aprendi que essa é agora a sua forma de vida.

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