terça-feira, 30 de novembro de 2010

Para comer com pão

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Era uma vez um moural de gado -  e eu ria, aconchegava-me nos lençóis de linho e no cheiro a lavado. 
Era um mocinho muito pequenino ainda, mas já era moural de gado. Guardava para mais de cem ovelhas! Numa tarde de sol, depois do almoço, deitou-se debaixo de um chaparro e deixou-se dormir. Aquilo é que era dormir! Já se punha o Sol atrás dos montes, quando acordou assustado, desatou a contar as ovelhas e... e não é que faltava uma! A chorar, voltou para o monte, a guardar as ovelhas. O patrão estava lá e deu pela falta de uma ovelha. Entre lágrimas e soluços contou: Ai... não me diga nada! Apareceu uma zorra, com os olhos a brilhar e os dentes aguçados, lutei contra ela, dei-lhe um tareão, mas mesmo assim... ainda levou uma ovelha - não me lembro do fim, esta devia ser a parte em que o sono me vencia.
Sonhava com montes verdejantes, com ovelhas a pastar e... antes que sonhasse com a zorra, já estava o sol a acordar-me, a frescura da tablete de chocolate colocada na minha almofada durante a noite... uma "comacompão", dizia o meu pai: se é para comer com pão faz bem!

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