domingo, 13 de outubro de 2013

(quando) a terra se (me) acaba


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Olho para baixo, na esperança de ver o mundo. Apenas umbigo. Para baixo, apenas vejo o meu umbigo, sinal irrefutável de um dia ter habitado um ventre. Para lá deste umbigo, vejo escarpas aguçadas e escuras, espuma branca de ondas desfeitas, frustradas no tempo gasto desfazendo rochas, cavando grutas, derrubando falésias. E grito ao horizonte: - porque não te cansas de ser sempre linha? Porque não foges e não te dissipas na escuridão do universo? Engolido pelas trevas talvez uma dia sejas cama, albergando estrelas. Vai!

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