sábado, 2 de novembro de 2013

ir

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Olho-te nos olhos do teu azul encoberto. Uma lágrima solidificada cobre-te o olhar, à força de nunca ser sido derramada. - Um homem não chora. - Tornou-se cortina, essa lágrima. Véu baço entre ti e o mundo que te deram a ver. Fronteira calcificada da tua própria alma. - Olhos que não vêm, coração que não sente.- Sentes a pele, sentes o calo, a dor que te corrói os ossos e não passa. O aperto que não te deixa o coração em sossego... e esses olhos, mesmo fechados, não dormem, nem se deixam apagar. Deixaste-me as palavras, cravadas no silêncio, viajadas no tempo. Nos meus sonhos, liberto-as das nossas mãos, ecoam pelo mundo inteiro: Partiste sem voar!

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