terça-feira, 23 de outubro de 2012

serial lover


Viciou-se em morrer de amor
Amava de cada vez como se fosse a última
Chorava nas despedidas breves
Abria o peito à dor
e deixava-se levar...

Amar era tão bom quanto morrer de amor
Urgia alimentar o vício
Quando morrer de amor se tornou insuficiente
Começou a caçar
Fingia que amava até não poder mais
Até não lhe apetecer mais brincar a isso

Não importava quem deixava para trás
desde que o sofrimento tivesse a sua assinatura
deixando tatuado o desencanto e o desamor

Alimentava-se da morte de amor dos outros

...
A escuridão da cidade abriga  um uivo de dor
só percebido por ouvidos desumanos
e desenhado nos sonos inquietos