sábado, 2 de janeiro de 2010

Acordei de celofane. Fina, transparente, quase invisivel. Pronta a ser amachucada e atirada para o chão. Quem olhasse ainda via as manchas de melaço em mim, do rebuçado arrancado à pressa e com gosto. Assim de celofane amachucado rebolei pelas tábuas inseguras do cais, empurrada pelo vento da manhã. Crianças passaram por mim, jogaram e fintaram para esquecer correndo depois em direcção à gaivota que os observava antes de voar para longe. Foi de celofane que deixei o vento levar-me para longe, planando sobre o rio... sem medo da queda.

1 comentário:

Unknown disse...

Que os ventos de 2010 sejam "bons ventos", p´ra ti, p´ra mim ... p´ra todos que voam a nosso lado, mesmo os que somente voam porque são empurrados pelo vento.